Corria o ano de 1972. A 33ª C.CMDS. permanecia desde há meses no leste de Angola , tendo como era habitual para todas as companhias que actuavam na região, o seu "quartel general" na cidade do Luso (actualmente Luena), na provincia do Moxico.
Nessa época, partilhava-mos o quartel com a 37ª C.CMDS. . As casernas eram distintas , mas o edificio onde se situavam ambas as secretarias , era o mesmo.
Um belo dia , a meio da tarde apareceram os primeiros sinais de aproximação de borrasca, mas ninguém lhes deu grande importância.Afinal já todos tinhamos apanhado, de dia ou de noite, grandes chuvadas, com ou sem trovoada, e portanto era apenas mais uma. Algum tempo depois começam as primeiras gotas, e apesar de se tratar de chuva civil uma boa parte dos alferes e alguns furrieis, que creio estavam já a aguardar transporte para a cidade, refugiaram-se nos dominios do "primeiro Borges".
Há medida que os minutos passavam , a chuva aumentava de intensidade , e pouco a pouco , o vento veio fazer-lhe companhia . Uma vez juntos , entenderam-se na perfeição para construirem uma tempestade pouco habitual. O barulho nas chapas de cobertura era infernal , e era necessário falar bem alto para fazer ouvir o nosso comentário sobre a situação.
De repente, um sopro ainda mais forte e ...... o telhado do edificio (comum ás duas companhias)
levanta vôo e vai aterrar a cerca de cem metros de distância.
Momento de estupefacção.
Mas a chuva e o vento não pararam. Num ápice todos reagiram, e foi um "ver se te avias" no transporte de pastas, papeis, documentos vários, e pequenas peças de mobiliário para local seguro.
Se bem me lembro os prejuizos não foram muitos , mas pela espectacularidade de que se revestiu , a lembrança deste acontecimento regressa, sempre que a chuva e o vento sobem de tom.
um abraço para todos:
Augusto Fonseca
... e apesar de se tratar de chuva civil
ResponderEliminarOlá Augusto. Como se dizia, chuva civil não molha militar.
:)
Mas esta chuva era mesmo para militares já que só não chovia como até a barraca abanava e lá se foi o telhado.
:)
São estas estórias, de um passado longínquo, aqui contadas, que faze com que não se percam no tempo e reviva a memória de muitos Comandos quem contigo partilhou esta experiência.
O Armindo foi o meu instrutor de tiro no CIC, do 27º Curso que deu origem às Companhias 2044 e 2045ª.
Vai contando novas histórias, de lá longe onde o sol castigava mais.
Para ele e para todos vós vai aquele abraço!
Como não fui Comando não posso dizer o Mamae Sumae.
:)
Tudo de bom!